USE.6 (Undergroove Sound Enhancement)
13 Sábado [
FLYER ]
Após um bom tempo de descanso, o primeiro e mais atuante coletivo de música eletrônica de Fortaleza volta a produzir festas. Reeditando o projeto
USE, que marcou o ano de 2001 com uma seqüência de 5 festas inesquecíveis, o
UNDERGROOVE retorna sem hits na bagagem, mas com muitas novidades e cheio de atitude
underground! Under Fuc*** Party Rulez!!!
Atrações:
Pista 01 - Under Fuc*** Techno
23:00 - Davekan (Special Breaks Set)
00:00 - Arlequim
02:00 - Arlequim vs. Fil (4 decks)
04:00 - Fil
05:00 - Fil vs. Rodrigo Lobbão (4 decks)
07:00 - Rodrigo Lobbão
Pista 02 - Drumhells Micro Club
23:00 - Leuz (Long Set)
02:00 - Davekan (Long Set)
04:00 - Jam Session Old Skool
Xtras:
Duas pistas;
8 apresentações;
2 Sets em 4 Decks;
Imagem Instalação por UG;
30000 Watts de som (projeto by Audioohws);
5000 Watts de luz;
10 horas de festa.
Ingressos:
R$10,00 (Antecipado)
R$15,00 (No Local)
Vendas:
Lojas Wizz
Local Evento:
Hey Ho!
R Jose Avelino, 604 (Próx. ao Centro Dragão do Mar)
Informações:
88495810
Fonte:
Nestlé Contra São Lourenço
Parte III
O futuro das águas
São Lourenço é o quarto menor município do país. Com apenas 51 km2, não possui zona rural. Sua economia está, desde as origens, associada e intimamente vinculada às águas medicinais do Parque. Dores, reumatismos, hipertensão, arteriosclerose, distúrbios de estômago e intestinos e outros males têm encontrado cura com o uso de suas águas e de banhos de lama, duchas e saunas. Suas águas gasosas, magnesianas (?), alcalinas, sulfurosas, ferruginosas e outras são características de raras regiões anteriormente vulcânicas, caso também de Poços de Caldas. Seu clima é ideal para curas de males associados ao sistema respiratório. Em resumo: cidade e águas são um conjunto solidário, um não existe sem o outro.
A
Associação Mineira de Defesa do Ambiente (AMDA) instituiu em 1982 um rol anual, a Lista Suja de empresas que concorrem para a degradação ambiental. No ano passado, entre seis premiados na Lista Suja, a Nestlé ficou em honroso quinto lugar. Para a AMDA, a Nestlé mereceu a distinção, além das razões apontadas, por "enriquecimento ilícito, violação do subsolo, atropelamento da nossa cultura, desobediência às leis ambientais, desprezo por nossa história, ameaça à ordem econômica de toda uma cidade".
Adelino Gregório Souza, quando era chefe do Setor de Águas Subterrâneas do DNPM/MME, recomendou a interdição da exploração e do engarrafamento de águas pela Nestlé até que se verificasse a situação legal do cipoal de contravenções em que a empresa vinha e vem incorrendo. Uma semana depois de assinar seu laudo, foi exonerado sem explicações. Hoje, é chefe da Secretaria de Recursos Hídricos da Organização dos Estados Americanos (OEA). Em longo telefonema ao jornalista Hélio José Marques, nascido na cidade, declarou: "As águas de vocês aí, em São Lourenço, não devem durar muito. Talvez cinco ou seis anos mais".
O prefeito da cidade, apelidado Nega Véia, contrariou decisão de associação dos municípios do Circuito da Águas, da qual São Lourenço faz parte, e foi o primeiro de uma estância a autorizar a produção da água Pure Life. Também tem autorizado a expansão da fábrica às custas do Parque e da sobrevivência das águas. Parte do Legislativo o apóia.
Esgotadas as águas, a
Nestlé vai abandonar a cidade então sem futuro e procurar outros lugares para fabricar lucros. À sua espera, com certeza, estará outra cidade a ser infelicitada. E outro prefeito com o mesmo perfil.
Fonte: NovaE
Chico Villela é escritor e editor. A reportagem foi publicada originalmente no jornal
"O Sul de Minas" e também no site
Emcrise, parceiro da
Novae.
Parte II
Luz sobre a Nestlé
O Movimento de
Cidadania pelas Águas identificou uma série exemplar de procedimentos ilegais da
Nestlé, alguns dos quais já são objeto de ação civil pública proposta pelo curador de
Meio Ambiente e promotor de São Lourenço, dr. Pedro Paulo Aina, que enxerga danos ao ambiente e ao patrimônio turístico. Geólogos da
Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais, consultores e especialistas auxiliaram a construir um painel estarrecedor de irregularidades, desrespeito aos cidadãos e violações flagrantes de dispositivos legais. Entre as principais acusações já consolidadas contra a
Nestlé, anotam-se:
A fonte
Oriente, que não existe mais
1) Destruição da Fonte Oriente A Nestlé demoliu a Fonte Oriente, a mais antiga da história da cidade, erguida em 1892, para ampliar a unidade fabril alojada no interior do Parque. Talvez para compensar, uma das três águas comercializadas e exportadas chama-se Oriente.
2) Secamento de fonte A fonte da água magnesiana, a mais procurada e consumida, secou há três anos, depois de mais de cem anos de regularidade. Seu fim coincide com a superexploração do Poço Primavera, de onde a Nestlé obtém a matéria-prima da água Pure Life, carro-chefe internacional da conquista do primeiro lugar mundial entre os fabricantes de "águas com sais adicionados". Técnicos da Nestlé afirmaram em audiência pública que "não há no momento tecnologia para recuperá-la". Para secá-la, parece que houve. A da Fonte Vichy, só ocorrente, no planeta, no Parque e na cidade francesa de Vichy, vai pelo mesmo caminho: é a próxima a secar, a julgar pela drástica redução do seu volume de afloramento.
3) Expansão da fábrica A unidade fabril foi expandida em 300%, e a obra foi feita sem a passagem completa pelos procedimentos administrativos públicos e sem licenciamento ambiental. Isso permitiu à Nestlé, por exemplo, cortar árvores antigas do Parque, sem qualquer consulta aos órgãos ambientais responsáveis. O memorial descritivo da obra previa a construção de fossa séptica, cujo conteúdo seria dispersado num ambiente de formação de águas potáveis.
4) Redução da área de lazer A expansão da fábrica eliminou tradicionais áreas de lazer do Parque: os campos de bocha, o campo de futebol, o parque infantil, até agora não repostos.
5) Construção de muralha Uma muralha de mais de quatro metros de altura foi construída, também sem licenciamento, em volta da nova fábrica, com estacas de concreto que avançam até 7 metros no solo. A obra compromete os lençóis freáticos superficiais que desempenham papel vital na caminhada das águas até os aqüíferos mais profundos.
6) Perfuração de poço Um poço de grande vazão, de 158 metros, foi perfurado, sem autorização do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), órgão do Ministério das Minas e Emergia (MME), e deixado mais de um ano jorrando sem uso. A água, absolutamente especial, foi considerada "a mais mineralizada até agora descoberta no país", mas seu altíssimo teor de ferro tornava-a imprópria para embalagem e consumo. A eliminação do excesso de ferro não encontra abrigo na legislação brasileira.
7) Desmineralização de água Essa água mineral com elevado teor de ferro passou a ser usada, ilegalmente, pela Nestlé, após a retirada de todos os elementos e compostos minerais, para a produção da água Pure Life, que é do gênero "água comum adicionada de sais". As leis brasileiras proíbem o uso de águas minerais para a fabricação desse gênero de água. Em geral, águas como a Pure Life são produzidas com a chamada água de torneira, ou mesmo a água retirada de rios, que, depois de "purificada", recebe alguns sais fabricados industrialmente. O procedimento da empresa, além de desrespeitar leis, incorre em crime ambiental por destruir, sem amparo legal, água mineral que ela mesma reconhece como "altamente mineralizada". A empresa não explicou até agora o destino que dá aos minerais e substâncias retirados.
8) Fechamento do balneário O balneário alojado no Parque tem sido fechado em razão de falta de água e de médicos que orientem os usuários.
9) Redução da pressão das fontes As fontes do Parque vêm apresentando redução de pressão e de volume de saída da água.
10) Alteração do sabor As águas têm sido consideradas diferentes das antigas, por usuários que há tempos delas fazem uso. Têm sido constatadas notáveis alterações na salinidade e no sabor, o que sugere alterações na composição química. Os depoimentos citam insistentemente "perda de sabor" e "pouca diferença entre as águas".
11) Afundamentos do solo Em alguns pontos do Parque têm sido registrados afundamentos do solo.
12) Trincas em construções Colunas e algumas paredes de fontes e construções têm apresentado trincas.
Os itens de 9 a 12 acham-se, conforme as análises técnicas indicam, unidos por um fator comum: a redução da capacidade dos aqüíferos. À medida que grandes volumes de água são retirados de um ecossistema desconhecido e delicado como o do subsolo do Parque, a ocorrência desses fenômenos parece indicar fatos como a redução dos elementos de sustentação do solo e a incapacidade de recomposição da composição química usual da águas.
Continua...